OBESIDADE

 

A obesidade é o maior problema de saúde da actualidade e atinge indivíduos de todas as classes sociais, tem etiologia hereditária e constitui um  estado de má nutrição em decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzindo entre outros factores pelo excesso alimentar.
 

 

 

O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações, infelicidade, além de uma gama enorme de doenças lesivas. O aumento da obesidade tem relação com: o sedentarismo, a disponibilidade actual de alimentos, erros alimentares e pelo próprio ritmo desenfreado da vida actual.  
A obesidade relaciona-se com dois factores preponderantes: a genética e a nutrição irregular.
A genética evidencia que existe uma tendência familiar muito forte para a obesidade, pois filho de pais obesos tem 80 a 90% de probabilidade de serem obesos.
A nutrição tem importância no aspecto de que uma criança super alimentada será provavelmente um adulto obeso.
 O excesso de alimentação nos primeiros anos de vida aumenta o número de células adiposas, um processo irreversível, que é a causa principal de obesidade para toda a vida. Hoje, consumimos quase 20% a mais de gorduras saturadas e açúcares industrializados. Para emagrecer, deve-se pensar sempre, em primeiro lugar, no compromisso de querer assumir o desafio, pois manter-se magro, após o sucesso, será mais fácil.

Porque estamos tão gordos?

Num tempo em que as formas esguias e os músculos esculpidos constituem um avassalador padrão de beleza, o excesso de peso e a obesidade transformaram-se na grande epidemia do planeta. Nos Estados Unidos, nada menos de 97 milhões de pessoas (35% da população) estão acima do peso normal. E, destas, 39 milhões (14% da população) pertencem à categoria dos obesos. O problema de forma alguma se restringe aos países ricos.
Com todas as suas carências, o Brasil vai pelo mesmo caminho: 40% da população (mais de 65 milhões de pessoas) está com excesso de peso e 10% dos adultos (cerca de 10 milhões) são obesos. A tendência é mais acentuada entre as mulheres (12% a 13%) do que entre os homens (7% a 8%). E, por incrível que pareça, cresce mais rapidamente nos segmentos de menor poder económico.
Estamos a viver a era da globalização de um modo de vida baseado na inactividade corporal frente à televisão
 
 e do computador, no consumo de alimentos industrializados, cada vez mais gordurosos e açucarados, e num altíssimo grau de tensão psicológica.
 Em ritmo acelerado e escala planetária, as culinárias tradicionais vão sendo atropeladas pelo fast-food. E bilhões de seres humanos estão migrando dos carboidratos para as gorduras.
As consequências dessa alimentação engordurada podem não ser inocentes. Artérias entupidas e diabetes são apenas algumas das possíveis consequência do excesso de peso. Mas, independentemente das consequências, existe hoje uma unanimidade entre os médicos para se considerar a própria obesidade como uma doença. E o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como a gordura precisa ser estocada no organismo, todo obeso tem um aumento do número de células adiposas (obesidade hiperplástica) ou um aumento do peso das células adiposas (obesidade hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas.
Esse é um dos factores que faz com que, uma vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até emagrecer, mas vai ter que se cuidar pelo resto da vida para não engordar de novo.
É por isso também que, a longo prazo, os regimes restritivos não resolvem. Com eles, a pessoa emagrece rapidamente. Mas não consegue suportar, por muito tempo, as restrições impostas pelo regime. E volta a engordar", o massacrante vai-e-vem do ponteiro da balança.
 A actividade física tem que ser o primeiro item de qualquer programa realista de tratamento da doença. A pessoa deve começar reeducando-se em suas actividades quotidianas. Se mora num apartamento, por exemplo, pode utilizar as escadas, em vez do elevador. Mesmo isso, porém, deve ser feito gradativamente.
A partir daí, abre-se espaço para uma actividade física sistemática. Mas é preciso que seja uma actividade aeróbica (andar a pé, corrida, bicicleta, hidroginástica, natação, remo, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto etc.), com elevação da frequência cardíaca a até 75% de sua capacidade máxima.
Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da glicose, armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de aproximadamente 30 minutos, quando o glicogênio se esgota, o organismo começa a queimar gordura como fonte de energia.
As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque, o organismo defende-se espontaneamente, e faz com que, após um período de restrição, a pessoa coma muito mais. O que o indivíduo precisa, isto sim, é buscar uma mudança no estilo de vida, pois os factores comportamentais desempenham, de longe, o papel mais importante no emagrecimento.

Recomendações a seguir:

  • Fazer um diário alimentar e anotar tudo o que se come.
  • Obedecer rigorosamente ao horário das refeições, comendo com intervalos de 4 a 5 horas.
  • Jamais saltar refeições.
  • Quando, fora dos horários, surgir a vontade de comer, bucar uma alternativa (caminhada, exercícios físicos etc.) que reduza a ansiedade.
  • Antes de cada refeição, planejar o que vai comer e preparar cuidadosamente a mesa e o prato.
  • Prestar a máxima atenção ao acto de comer. Não comer enquanto se lê ou enquanto assiste televisão.
  • Mastigar bem e descansar o garfo entre cada garfada. Isso ajuda a controlar a ansiedade. Mas é eficiente também porque existem dois mecanismos que promovem a saciedade. Um, de natureza mecânica, actua rapidamente, com o preenchimento do estômago. O outro, mais lento, depende da troca de neurotransmissores no cérebro. Comendo devagar, a pessoa dá tempo para que esse segundo mecanismo funcione.
  • Jamais fazer compras em supermercados de estômago vazio.
  • Ter sempre à mão opções saudáveis.
  • Não ir a festas de estômago vazio.