Karaté

 

 

Karaté é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Opinara sob forte influência do chuan fa chinês. O seu reportório técnico abrange principalmente golpes contundentes — atemi waza —, como pontapés, socos, joelhadas, tapas etc., executadas com as mãos desarmadas. Todavia, técnicas de projecção, imobilização e bloqueios — ne waza, katame waza, uke waza — também são ensinados, com maior ou menor ênfase dependendo do dojo onde se aprende.

 

O actual estádio da modalidade dá maior importância à evolução do condicionamento físico, desenvolvendo velocidade, flexibilidade e capacidade aeróbia para participação de competições, ficando relegada àquelas poucas escolas tradicionalistas a prática de exercícios que visam desenvolver a resistência dos membros e de provas de quebramento de tábuas de madeira, tijolos ou gelo. De um modo simples, há na actualidade duas correntes maiores, uma tendente a preservar o carácter marcial e outra, que pretende firmar o aspecto desportivo.

 

A evolução da arte marcial aconteceu capitaneada por grandes mestres, que a conduziram e assentaram suas bases, resultando no caratê moderno, cujo trinómio básico de aprendizado repousa em kihon (técnicas básicas), kata (sequência de técnicas, simulando luta com várias aplicações práticas) e kumite (luta, propriamente dita, que pode ser simulada, desportiva ou real).

 

Ainda que comunguem de similitude técnica de origem, a partir do primeiro quartel do século XX, surgiram diversas variações de escolas, até umas dentro das outras, pretendendo difundir o seu modo peculiar de entender o karaté. Tal circunstância, que foi combatida por mestres de renome, acabou por se consolidar e gera como consequência actual a falta de padronização e entendimento entre entidades e praticantes. Daí, posto que aceito mundialmente como desporto, classificado como desporto olímpico e participando dos Jogos Pan-Americanos, não há um sistema unificado de valoração para as competições, ocasionando grande dificuldade para sua aceitação como modalidade presente nos Jogos Olímpicos.

 

Japão

 

O arquipélago de Okinawa localiza-se quase que exactamente a meio caminho entre Japão e China, no Mar da China Oriental. Por causa de sua posição geográfica alguns praticantes de artes marciais oriundos da China chegaram a Okinawa. Também devido às suas características, a região sempre despertou a cupidez dos dois países, os quais não pouparam esforços para estenderem suas influências (culturais e económicas), tornando a existência de um governo local submetida à conjugação de interesses e política externos.

 

Apesar da circunstância incómoda, sucedeu na história de Okinawa, entre 1322 e 1429, um período denominado de Sanza-jidai (em japonês: período dos três montes) quando que se debateram os três reinos de Hokuzan (em japonês: Monte Setentrional), Chuzan (em japonês: Monte Central) e Nanzan (em japonês: Monte Meridional) pelo controle da região. Tal período acabou com a unificação sob a bandeira do reino de Ryukyu e sob o comando de Chuzan, que era o mais forte economicamente, inaugurando a primeira dinastia Sho: Sho Hashi. Nessa época, influência chinesa consolidou-se como preponderante.

 

 

O karaté tornou-se desporto oficial em 1902. Evento dramático no desenvolvimento do mesmo que é o ponto em que se aperfeiçoa a transição de arte marcial para disciplina física, deixando ser visto apenas como meio de autodefesa.

Em 19 de Junho de 1999, depois de muitos anos e muitos episódios marcados pela discórdia, na 109ª Sessão do Comité Olímpico Internacional - COI, confirmou-se o reconhecimento da Federação Mundial de Karaté, como o ente governativo do karaté mundial, o que significava também o reconhecimento como desporto candidato a figurar nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

 

O COI estabelece dois parâmetros para a aceitação de um desporto como olímpico: ser praticado em muitos países (membros) e ser representado por uma entidade mundialmente reconhecida. Aparentemente, o karaté possuía esses dois requisitos, porém, nos anos de 2005 e 2009, foi negada a sua participação.

 

 

Graduação

 

O karaté, por meio de Gishin Funakoshi, que aceitou sugestão de Jigoro Kano, adoptou o sistema de faixas coloridas. Mas cada estilo/escola possui os seus próprios graus. Antes, porém, muitos métodos distintos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas, recorriam a três tipos de certificados para seus membros:

 

    * Shodan ou Shoudan: significando que se havia adquirido o status de principiante.

    * Chudan ou Chuudan: significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre.

    * Jodan ou Joudan: a graduação mais alta. Significava o ingresso no Okuden (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).

 

A graduação no karaté é importante para indicar o nível de experiencia dos praticantes, e é vista como sinal de respeito para os atletas menos graduados. Para demonstrar a graduação os caratecas usam uma faixa com uma cor na região da cintura. A ordem das cores das graduações variam de estilo para estilo mas como padrão, a faixa iniciante é a de cor branca.

 

Na classificação de faixas coloridas, Kyu significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente. Na classificação de faixas pretas, Dan significa grau, sendo a primeira faixa preta, a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente.

 

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