A proveniência da Energia

 

A energia é obtida dos nutrientes dos alimentos, como a glicose, as proteínas e os carbohidratos. Esta energia é usada pelo nosso corpo para movimentos, regulação da temperatura e manter os processos vitais activos. Para que um alimento se transforme em energia, tem que ser digerido e todas as ligações nas suas moléculas devem ser quebradas.  
A glicose é um exemplo dessas moléculas que são divididas aquando da digestão, para mais tarde serem transformadas em ATP pelas células.

Mas para onde vai a energia que o corpo produz?

 

Esta energia é usada por todo o corpo mas em diferente proporção:

Baço e fígado – 27%
É principalmente no fígado que o nosso armazenamento energético ocorre.

No cérebro – 19%
As sinapses consomem a maior parte da energia. Como tem pouco glicogénio de reserva, o cérebro pode sofrer danos graves quando existe um nível insuficiente de açúcar no sangue, mesmo por um breve período de tempo.

Músculos – 18%
Em actividades físicas intensas, os músculos utilizam o glicogénio, que armazenam em grande quantidade.

 

Rins – 10%
A maior parte dessa energia é usada para a produção de urina. O restante é utilizado para fabricar hormonas ou eliminar toxinas.

CORAÇÃO – 7%
O coração é um dos músculos mais importantes do nosso corpo.

RESTO DO CORPO – 19% 

A energia alimentar, valor energético ou valor calórico dos alimentos é a quantidade de energia na comida que está disponível na digestão. Os valores para a energia alimentar são expressados em kilocalorias (kcal) e quilojoules (kJ). A combustão num calorímetro é uma das experiências mais parecidas com o processo de digestão para determinar esse valor.

Alimentação e nutrição são coisas distintas. Alimentação consiste em ingerir alimentos, de forma consciente e voluntária, estando nas nossas mãos e critério a forma, frequência, preferência, qualidade e quantidade com que tal ato é efectuado, assim como incorporar-lhe as mais diversas modificações.  

É evidente que a qualidade da alimentação depende de factores económicos e culturais. Nutrição, por outro lado, consiste no conjunto de processos fisiológicos pelos quais o organismo recebe, transforma e utiliza as substâncias químicas contidas nos alimentos. É um processo involuntário e inconsciente que depende da actividade orgânica da digestão (que inclui a absorção e o transporte dos nutrientes dos alimentos para os tecidos).  
O estado de saúde de uma pessoa depende da qualidade da nutrição das células constituintes dos seus tecidos. Como é impossível para a quase totalidade dos seres humanos actuar voluntariamente nos processos de nutrição, a melhoria do estado de saúde (nutrição) não se poderá verificar sem a sã modificação dos hábitos alimentares.  
Para levar a cabo todos os processos que nos permitem estar vivos, o organismo humano necessita de um fornecimento contínuo dos materiais que devemos ingerir: os nutrientes. O número de nutrientes que o ser humano pode utilizar é limitado: existem muito poucas substâncias, em comparação com a grande quantidade de compostos, que nos servem como combustível ou para incorporar as nossas próprias estruturas. Estes nutrientes não se ingerem directamente, mas através dos alimentos, e a ampla variedade de alimentos existentes não são mais do que as múltiplas combinações em que a natureza oferece os diferentes nutrientes.  
Pode fazer-se uma primeira distinção entre os componentes de qualquer alimento com base nas quantidades em que estão presentes:
- Os macro-nutrientes, que são os que ocupam a maior proporção dos alimentos, e que são as proteínas, os glícidos (ou hidratos de carbono) e os lípidos (ou gorduras). Também se poderia incluir a fibra e a água, que estão presentes em quantidades consideráveis na maioria dos alimentos, mas como não fornecem calorias não costumam considerar-se nutrientes;
- Os – micro-nutrientes que apenas estão presentes em pequeníssimas proporções, e onde se encontram as vitaminas e os minerais. São imprescindíveis para a manutenção da vida, apesar das quantidades de que necessitamos se medirem em milésimas, ou inclusive milionésimas de grama. (elementos vestígio).  
Outra classificação dos nutrientes é quanto à função que realizam no metabolismo:
- Nutrientes energéticos – correspondem a um primeiro grupo, formado pelos compostos que se usam normalmente como combustível celular. Coincidem praticamente com o grupo dos macro-nutrientes. Deles se obtém a energia, ao se oxidarem no interior das células, com o oxigénio que o sangue transporta. A maior parte dos nutrientes que consumimos utiliza-se com este fim;
- Nutrientes plásticos – correspondem a um segundo grupo, formado pelos nutrientes que utilizamos para construir e regenerar o nosso próprio corpo. Pertencem, a maior parte, ao grupo das proteínas, ainda que também se utilizem pequenas quantidades de outros tipos de nutrientes.  
- Vitaminas e minerais – correspondem a um terceiro grupo, composto pelos nutrientes que actuam facilitando e controlando as funções bioquímicas que têm lugar no interior dos seres vivos. Têm funções de regulação.  
- Água – corresponde a um quarto grupo que actua como dissolvente de outras substâncias, participa nas reacções químicas mais vitais e é o meio de eliminação dos produtos desaproveitados do organismo.  
 
O valor energético ou valor calórico de um alimento é proporcional à quantidade de energia que pode proporcionar ao queimar-se na presença de oxigénio.  
Mede-se em calorias (sendo uma caloria a quantidade de calor necessária para aumentar um grau à temperatura de um grama de água. Como o seu valor é muito pequeno, em dietética toma-se como medida a kilocalorias (1Kcal = 1000 calorias). Por vezes, a kilocalorias é representada com o termo Caloria (com letra maiúscula), o que está errado e não deve fazer-se. Quando ouvirmos dizer que um alimento tem 100 Calorias, na realidade devemos interpretar que esse alimento tem 100 kilocalorias por cada 100 gramas de peso.
 As dietas dos seres humanos adultos contêm entre 1000 e 5000 kilocalorias por dia. Cada grupo de nutrientes energéticos – glícidos, lípidos e proteínas – tem um valor calórico diferente e mais ou menos uniforme em cada grupo. Para facilitar os cálculos do valor energético dos alimentos tomam-se uns valores predefinidos para cada grupo: um grama de glícidos ou de proteínas liberta quatro calorias, enquanto um grama de gordura produz nove. Daqui que os alimentos ricos em gordura tenham um teor energético muito maior do que os formados por glícidos ou proteínas.  
De fato, toda a energia que acumulamos no organismo, como reserva a longo prazo armazena-se na forma de gorduras. Recordemos que nem todos os alimentos que ingerimos se queimam para produzir energia, pois uma parte deles é usada para reconstruir as estruturas do organismo ou facilitar as reacções químicas necessárias para a manutenção da vida. As vitaminas e os minerais, assim como os elementos vestígios, a água e a fibra, segundo se considera, não fornecem calorias. Na maioria das tabelas de composição dos alimentos, além dos teores de macro e micro-nutrientes, encontramos uma referência aproximada da densidade ou valor energético de cada alimento.
As necessidades de energia de qualquer ser vivo calculam-se pela soma de vários componentes. À energia requerida pelo organismo em repouso absoluto e à temperatura constante, chama-se Taxa de Metabolismo Basal (TMB), que é a energia mínima que necessitamos para nos mantermos vivos. Normalmente consome a maior parte das calorias dos alimentos que ingerimos. Calcula-se que a taxa de metabolismo basal para um homem médio se situa em torno dos 100W, o que equivale ao consumo de umas 21 gramas de glícidos (ou 9,5 gramas de gorduras) por cada hora.  
A taxa metabólica depende de factores como o peso corporal, a relação entre massa de tecido magro e gordo, a superfície externa do corpo, o tipo de pele e inclusivamente a temperatura ambiental externa. 
As crianças têm taxas metabólicas muito altas (maior relação entre superfície e massa corporal), enquanto os idosos a têm mais reduzida. Também é um pouco mais baixa nas mulheres do que nos homens (maior quantidade de gordura na pele).  
Por outro lado, se nos submetemos a uma dieta pobre em calorias ou a um jejum prolongado, o organismo faz descer notavelmente a energia consumida em repouso para fazer durar mais tempo as reservas energéticas disponíveis, mas se estamos submetidos a stress, a actividade hormonal faz com que o metabolismo basal aumente.  
Existem fórmulas complexas que dão o valor das necessidades calóricas em função da altura, do peso e da idade, e para facilitar a tarefa de calcular a nossa Taxa de Metabolismo Basal, existem recursos tecnológicos, como programas informáticos que nos permitem chegar aos resultados desejados mediante a digitalização dos dados que são solicitados num formulário.
 
Actividade Física
 
Se em vez de estar em repouso absoluto desenvolvemos alguma actividade física, as nossas necessidades energéticas aumentam. Este factor denomina-se por "energia consumida pelo trabalho físico", e em situações extremas pode atingir valores até cinquenta vezes superiores aos do consumo em repouso.  
A tabela da Variação da Taxa de Metabolismo Basal com o Exercício dá-nos uma ideia aproximada da variação da energia consumida, relativamente à taxa de metabolismo basal, em função da actividade física que realizemos.  
 
Manutenção da temperatura corporal
 
Na manutenção da temperatura corporal consume-se a maior parte da taxa de metabolismo basal, e qualquer variação da temperatura externa influi notavelmente nas nossas necessidades energéticas. Calcula-se que nos trópicos, onde as temperaturas médias são superiores a 25º, o metabolismo basal diminui aproximadamente 10%.